Doenças ameaçam trabalhadores de postos de combustíveis
- Evandro F. da Silva
- 20 de jul. de 2016
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Rio de Janeiro/RJ - Além do benzeno, os frentistas encontram no ambiente de trabalho situações que são tão prejudiciais à saúde quanto o produto químico e cancerígeno, contido na gasolina. O alerta foi dado, nesta quinta-feira (10) durante o I Seminário de Saúde e Segurança do Sul do Estado, realizado pelo SINPOSPETRO-RJ, em Barra Mansa. Pesquisas científicas comprovam que trabalhar em pé por várias horas pode ocasionar a formação de varizes. A má vascularização é tão preocupante quanto o benzeno, já que pode levar à morte em consequência do entupimento das veias. Ao expor o assunto, o professor Claude Chambriard chamou a atenção dos trabalhadores para o problema, que muitas vezes só aparece depois da aposentadoria e não é caracterizado doença do trabalho. BENZENO
Ao falar sobre a " Exposição Ocupacional ao Benzeno", o médico do trabalho e Coordenador da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNBz), Carlos Eduardo, destacou a importância da relação do sindicato com os trabalhadores e o desenvolvimento de projetos que orientam a categoria. Com relação a saúde do trabalhador, ele frisou que a exposição ao benzeno acontece de forma agressiva, já que a gasolina contém obrigatoriamente um por cento do produto. Segundo ele, alguns fabricantes de bombas informam que para cada mil litros de gasolina vendidos, 1,3% evaporam. Carlos Eduardo frisou que o problema é grave não só para o trabalhador, mas para a comunidade em geral, já que o vapor da gasolina tem benzeno. Já o Coordenador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) , Antônio Sérgio de Almeida Fonseca, chamou a atenção para as doenças crônicas, silenciosas, como o benzenismo, que são difíceis de identificar. Segundo ele, a relação da doença se dá através da observação de uma rotina de atendimento médico, com a avaliação dos hemogramas e o histórico ocupacional do trabalhador. Ele disse que o trabalhador do posto de combustíveis deve ficar atento a possíveis alterações nos exames hematológicos que podem estar ligadas a exposição ao benzeno. Ao apresentar sua exposição sobre a pesquisa "Avaliação da Exposição Ocupacional ao Benzeno em Posto de Combustíveis no Município do Rio de Janeiro", o farmacêutico, Leandro Vargas Barreto, técnico FIOCRUZ, disse que cerca de dois milhões de trabalhadores estão expostos ao benzeno no mundo. Ele destacou que é preciso desenvolver um trabalho com empresas, sindicatos e órgãos públicos para reduzir os riscos de contaminação. NR 20 FISCALIZAÇÃO
Para o auditor-fiscal do trabalho de Volta Redonda, José Olímpio dos Santos Neto nem todas as empresas estão preparadas para receber e se adequarem as especificações da NR 20, que trata sobre segurança e saúde nos postos de combustíveis. Ao falar sobre a Norma Regulamentadora, ele disse que o Ministério do Trabalho ao fiscalizar os postos do Sul do Estado têm orientado os proprietários sobre a implantação da NR 20. Segundo ele ao notificar as empresas, o MT dá um prazo de até seis meses, para que a norma seja implantada.
Fonte: Revista Proteção
Data: 20/07/2016
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